Acredito que para a maioria dos leitores a resposta para a
pergunta-título deste post sairia, quase instintivamente, através de um sonoro
SIIIIIIM!
O fato é que, quando pensamos na estrutura óssea, imaginamos
imediatamente um fêmur (o osso da coxa) na mão de Fred Flintstone, servindo de utensílio
doméstico. Imaginam-se também aqueles esqueletos, muitas vezes articulados por
um fio de nylon e alguns eixos metálicos, que se encontram nas salas de
Ciências nas escolas ou servem de decoração para a festa de halloween.
No entanto, o que NÃO nos vem à cabeça, de imediato, é o
fato de que o osso faz parte do organismo de alguns seres vivos. E se isto vem,
a ideia para por aí. Até porque o osso não pode ser visto em um ser vivo
enquanto este estiver vivo, salvo em situações especiais. E como diz o ditado: “O
que não é visto, não é lembrado”.
Ironias à parte, é importante entender que esta estrutura,
aparentemente simplista, traz consigo nobres características que pouco de nós conhecemos. Para começar, ser a condição sine qua non para um animal ser vertebrado já deveria daro ao osso o status que ele merece. Mas ele vai muito além, apresenta propriedades e funções importantes, tanto quando
isolado como em conjunto.
Constitui o esqueleto; protege órgãos vitais; está presente
na formação das células sanguíneas; sustenta o corpo e ajuda na sua
conformação; essencial na realização dos movimentos; e ainda é fonte/reserva de
cálcio e fósforo para o organismo. Legal demais, não é? O mais incrível é
mergulhar um pouco mais nesta estrutura e conhecer sua formação. Que perfeição
da natureza!!
Um osso é comporto de 25 – 30% de água; 60 – 70% de mineral
(cálcio e fósforo, principalmente); e proteína (colágeno). O componente mineral
de um osso resiste à compressão enquanto a parte proteica resiste à tensão. Esta
composição confere ao osso a capacidade de suportar tensões seis vezes maiores
que aquelas as quais está sujeito em atividades quotidianas; assim como a forma
tubular básica do osso longo oferece grande resistência ao esforço e à tensão.
Sinto alguns paradigmas pessoais fraturando-se neste
momento. Será que os ossos são mesmo tão rígidos e estáticos quanto parecem?
O tecido ósseo, como tecido que é, é composto de células. E
digo mais: é composto por três tipos de células (chique hein?). São os
osteoblastos, os osteócitos e os osteoclastos.
Os osteoblastos são células responsáveis pela produção, pelo
crescimento e a renovação dos ossos (osteogênese); os osteócitos são as células
ósseas maduras; os osteoclastos são células que realizam a reabsorção e a
remoção óssea.
Eita que já se percebe um “pequeno furdunço” no interior do
osso! Abramos nossas mentes e aprendamos: o osso tem uma capacidade incrível de
reagir aos vários estímulos (crescimento, necessidade de cálcio e à degradação,
esta ultima ocorrendo devido ao trauma mecânico, ao envelhecimento, às
alterações hormonais, etc). Por este motivo, é constante a renovação celular
durante toda a vida. A este processo de renovação dá-se o nome de remodelamento
ósseo.
Outra atividade importante que deve ser frisada é a que
define a Lei de Wolff: A resposta, através do remodelamento ósseo, ao stress
físico ou à ausência dele, havendo depósito de osso nas regiões sujeitas a
maior stress e reabsorção onde este ocorre menos.
E mais uma vez convoco-vos à reflexão: Os ossos são rígidos
e estáticos?
Rígidos sim, mas nem tanto. Estáticos? Não, não! Há um
carnaval microscópico acontecendo no seu interior.
Muito legal a sua forma de abordagem do tema, esta de parabéns professora.
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